Jean Bonaventure de Vigo Almereyda
Nascimento: 26 de abril de 1905
Falecimento: 05 de outubro de 1934 (29 anos)
Origem: Paris, França
Jean Vigo teve problemas de saúde desde criança. Era filho de militante anarquista Miguel Almareyda, fundador e diretor de uma publicação de extrema esquerda chamada "Le Bonnet Rouge". Nunca se recuperou da morte misteriosa de seu pai, enforcado com os cadasços do sapato, dentro da prisão, quando Jean tinha 12 anos. Abandonado por sua mãe, ele passou a juventude pulando de um colégio interno para outro.
Com 23 anos, através de amizades com pessoas envolvidas com cinema, ele começou a trabalhar nesse ramo, em seguida, comprou uma câmera e filmou seu primeiro filme, um documentário curto, À propos de Nice (1930), em seguida, dois anos depois, Taris , roi de l'eau (1931).
Estas duas obras muito pessoais assustaram os produtores, e demorou dois anos até que alguém mostrasse algum interesse em seu novo projeto. Este se tornaria uma obra-prima, Zéro de conduite: Jeunes diables au College (1933) também conhecido como Zero para Conduta.
O filme retrata um sistema educativo burocrático e repressivo diante do qual os estudantes empreendem verdadeiros atos de rebelião por vezes surreais, resultado de leituras libertárias da infância. Veio diretamente das memórias de Vigo.
O filme é imediatamente censurado, autoridades francesas o enxergaram como um ataque antipatriótico sobre a criação dentro da França, e como tal foi proibido até 1945.
O quarto filme de Vigo, L' Atalante (1935), seu único longa-metragem, é considerado sua maior obra-prima. O filme soberbamente combina realismo (um casal infeliz no casamento vive de cima e para baixo do Sena, em uma barcaça) com vôos poéticos e surrealismo.
Infelizmente, L' Atalante, como Zero de conduite, foi vítima dos censores. Seus produtores, sem uma compreensão da obra, barbaramente cortaram imagens argumentando (como antes) que o seu ataque à burguesia era "anti- Françês".
Sem dinheiro, Jean Vigo morreu de leucemia com a idade de 29. Seu legado foi mantido vivo por seus discípulos de filmagem. Hoje é admirado por seu realismo poético sendo inclusive criado o prêmio Jean Vigo Award, em 2007, no Navarra International Documentary Film Festival na Espanha.
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