A primeira-dama do cinema mudo, Lillian Gish foi a primeira musa da indústria do cinema. Uma pioneira das técnicas fundamentais de atuação em filmes, ela foi a primeira a reconhecer as muitas diferenças cruciais entre atuar no palco e na tela.
Apesar de não ser a maior ou a mais popular atriz de cinema mudo, ela era uma das mais talentosas, sua fragilidade aparente escondia grandes reservas de força física e espiritual. Mais do que qualquer outra estrela dos primeiros anos do cinema, ela lutou para ganhar reconhecimento com filmes como uma forma de arte verdadeira, e suas realizações continuam a ser um padrão contra o qual todos os outros atores são medidos.
Nascida em 14 de outubro de 1893, em Springfield, Ohio, Gish, sua irmã mais nova, Dorothy, e sua mãe, a atriz Mary Gish, logo se mudaram para New York. Começando sua carreira em atuação pouco tempo depois.
Entre as seus colegas na infância estava outra atriz, Mary Pickford, que em 1909 viajou para Hollywood para perseguir uma carreira no cinema. Ela encontrou trabalho com o famoso diretor D.W. Griffith, e logo convenceu-o a recrutar as irmãs Gish para sua companhia.
Lillian e Dorothy estrelaram juntos em Um Inimigo Invisível (An Unseen Enemy, 1912) dirigido por D. W Griffith e ao longo dos anos seguintes apareceram tanto em conjunto como de forma independente em dezenas de filmes do diretor.
Embora estivesse na sombra da fama de Pickford, Lillian foi a atriz mais talentosa de Griffith, e ela estrelou em muitas de suas maiores obras, incluindo em 1915
O Nascimento de uma Nação e em 1916
Intolerância, entre outros.
Com sua delicada beleza, Gish foi perfeita para os melodramas de estilo Vitoriano de Griffith, de olhos arregalados e contidos, e rosto com maravilhosa inocência e nuance, ela era nada menos do que ideal para o uso característico de Griffith de close-ups. Juntos, eles trabalharam a partir de lados opostos da câmera para levar o novo meio de entretenimento para o reino da arte séria.
Em 1920, sob a tutela de Griffith, Gish ainda dirigiu seu próprio filme, Remodeling Her Husband, 1920, estrelado por sua irmã. Ela deixou a companhia de Griffith em 1923, indo para a MGM para estrelar em algumas adaptações literatias como La Boheme e The Scarlet Letter, ambos de 1926. Em 1930, ela fez seu primeiro filme sonoro, Noite de Idílio (One Romantic Night).
Durante os 13 anos seguintes ela fez apenas um filme, Viver Duas Vidas (His Double Life, 1933). Em vez de continuar atuando, ela passou a fazer parte da produção em filmes como Uncle Vanya, 1930, e The Old Maid, 1936. Ela também atuou em Ophelia junto com John Gielgud como Hamlet, e em 1932 publicou uma autobiografia "A Vida e Lillian Gish".
Em 1942 atuou em um papel de coadjuvante em Os Comandos Atacam de Madrugada (Commandos Strike at Dawn) sinalizando um retorno de Gish ao cinema. Quatro anos mais tarde, ela recebeu sua primeira indicação ao Oscar por seu trabalho no aclamado Duelo ao Sol (Duel in the Sun, 1946). No entanto, depois de O Retrato de Jennie (Portrait of Jennie, 1948), Gish saiu novamente de Hollywood para voltar ao palco, e não retornou mais ao cinema até Paixões Sem Freios (The Cobweb, 1955).
Mais tarde, naquele mesmo ano, ela também co-estrelou no clássico Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter) de Charles Laughton e teve algumas raras aparições na televisão. Depois de Os Farsantes (The Comedians, 1967), Gish se aposentou, escrevendo um segundo livro de memórias, "Os filmes, Sr. Griffith e Eu, dois anos mais tarde.
Em 1971, ela ganhou um Oscar especial pelo conjunto de sua obra e em 1977 co-estrelou o filme de Robert Altman A Wedding. Depois de ser homenageada em 1984 pelo American Film Institute, ela aceitou em 1987 seu papel final, contracenando com Bette Davis em Baleias de Agosto (The Whales of August). Lillian Gish morreu enquanto dormia em Nova York em 27 de fevereiro de 1993. Encontra-se sepultada em Saint Bartholomew's Episcopal Church em Manhattan.
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