Friedrich Anton Christian Lang, conhecido como Fritz Lang foi um cineasta, realizador, argumentista e produtor nascido na Áustria, mas que dividiu sua carreira entre a Alemanha e Hollywood. Seu pai tinha uma empresa de construção. Sua mãe, Pauline Schlesinger se converteu ao catolicismo quando Lang tinha dez anos, exercendo bastante influência sobre ele.
Após o colegial, se matriculou brevemente na Universidade Técnica de Viena para estudar engenharia, mas logo largou e começou a estudar pintura. De 1910 a 1914, ele viajou pela Europa, e mais tarde passou também pela Ásia e África do Norte. Estudou pintura em Paris entre 1913-14.
No início da Primeira Guerra Mundial, retornou a Viena, para se alistar no exército, em janeiro de 1915. Gravemente ferido no olho em junho de 1916, foi para um hospital onde ficou um longo tempo. Escreveu alguns argumentos para filmes enquanto se recuperava.
No início de 1918, ele foi enviado para casa e atuou brevemente no teatro vienense antes de aceitar um trabalho como escritor na produtora de Erich Pommer em Berlim, Decla. Em Berlim, Lang trabalhou brevemente como um escritor e depois como diretor, na Ufa e, em seguida, para a Nero-Film.
Em 1920, ele começou um relacionamento com a atriz e escritora Thea von Harbou (1889-1954), que escreveu com ele os roteiros de seus filmes mais célebres: Dr. Mabuse, der Spieler, Ein Bild der Zeit (1922), Os Nibelungos, a Morte de Siegfried (1924), Metrópolis (1927) e M, O Vampiro de Dusseldorf (1931). Os filmes que Lang dirigiu nessa fase entraram para a história como alguns dos maiores expoentes do expressionismo alemão.
Thea e Lang se casaram em 1922 e se divorciaram em 1933. Naquele ano, o casal foi convidado por Adolf Hitler, por intermédio do Ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, para produzir filmes para o Partido Nazista. Hitler era fã de cinema, e conta a lenda que a sua decisão de convidar Lang surgiu após ter assistido Metrópolis.
Enquanto que Thea aceitou a função, Lang fugiu para Paris, onde chegou a produzir filmes antinazistas. Em 1934, depois de se ter divorciado de Thea, emigrou para os Estados Unidos. Inicialmente esteve sob contrato com a MGM e ao longo de 20 anos, dirigiu vários filmes americanos.
Essa fase foi um tanto incompreendida. A crítica que sempre havia enaltecido os seus filmes alemães, era agora também quase unânime a subvalorizar as obras que realizava nos Estados Unidos, argumentando que Lang teria se subjugado aos produtores americanos, desperdiçando o seu talento em filmes comerciais.
Só na década de 50 se percebeu a injustiça, quando uma boa parte dessa crítica começou a reconhecer a grande qualidade da maioria dos filmes dirigidos pelo cineasta alemão em Hollywwod. Ele foi um dos primeiros cineastas a dirigir Marilyn Monroe,no filme Só a mulher peca (1952).
Na década de 1950, em parte porque a indústria cinematográfica estava em declínio econômico e também por causa de sua reputação de ser difícil com os atores, começou a ficar cada vez mais difícil conseguir trabalho. No final da década de 1950, ele retornou para a Alemanha e fez mais três filmes antes de se aposentar.
Em 1964, quase cego , ele foi escolhido para ser o presidente do júri no Festival de Cannes. Ele era um ávido colecionador de arte primitiva e habitualmente usava um monóculo, um costume que adquiriu durante seus primeiros dias em Viena. Lang morreu em 1976 e foi enterrado no Forest Lawn - Hollywood Hills Cemetery, em Los Angeles.
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