Josef von Sternberg foi um diretor de cinema austríaco-americano. Sua família emigrou permanentemente para os Estados Unidos quando ele tinha quatorze anos, e ele cresceu em Nova Yourk. Sternberg começou a trabalhar em Hollywood como cineasta em 1925 dirigindo vários filmes mudos, época em que ele adotou o uso de "von" em seu nome.
Depois de fazer A Última Ordem (The Last Command, 1928), com o premiado ator Emil Jannings, Sternberg foi convidado para viajar de Hollywood para Berlim em 1930 para fazer O Anjo Azul (The Blue Angel). Esse não só foi o primeiro talkie de Sternberg, como também é conhecido por ser o primeiro grande filme sonoro alemão.
O filme também trouxe a bela e lendária atriz Marlene Dietrich (que era uma desconhecido na época) para o estrelato internacional. O Anjo Azul de Sternberg tornou-se um dos filmes mais provocantes do Expressionismo, sobre os tabus-sexuais do início dos anos 30, e fez de Marlene Dietrich um símbolo sexual.
Sternberg e Dietrich trabalharam juntos durante seis anos em Hollywood, incluindo o espetáculo visualmente deslumbrante O Expresso de Shanghai (Shanghai Express, 1932) e a A Imperatriz Vermelha (The Scarlet Empress, 1934), em que Marlene Dietrich interpreta uma jovem princesa da Alemanha, que é levada para a Rússia para se casar com um grão-duque.
O filme é mais famoso por sua iluminação gótica sobre luz de velas, seu abstratismo, exageradas cenas obscenas e um projeto de arte expressionista bizarro repleto gárgulas distorcidas, e várias estátuas grotescas.
Sternberg é um dos verdadeiros visionários de Hollywood, sempre apresentando uma incursão implacável em estilo e espetáculo. Diz-se que ele se vestia com roupas apropriadas para os filmes que estava fazendo, fazia seus assistentes retirarem seus relógios de pulso, porque o tique-taque iria distraí-lo, e constantemente alegava que fazia tudo sozinho: direção, fotografia, iluminação, cenários, adereços e fantasias.
Quando o som se tornou uma realidade no cinema, Sternberg foi um dos poucos diretores silenciosos que realmente fez uma transição suave e bem sucedida. Sternberg estava mais à vontade com o som do que muitos de seus contemporâneos e foi talvez o primeiro diretor a lidar com a forma como fora do palco sons de objetos como portas abrindo e fechando são colocados. Sternberg foi moldando o som no cinema, inclinando-o para o realismo.
O que é mais fascinante sobre Sternberg era sua obsessão erótica com Marlene Dietrich, a quem ele escolheu para estrelar uma longa sequência de filmes diferentes. Dietrich sabiamente utilizava todo seu glamour e aparência exótica, enquanto Sternberg ajudou a consolidar seu estrelato, fazendo-a não só uma das atrizes mais bem pagas da época, mas um dos ícones imortais do cinema.
Von Sternberg escreveu uma autobiografia, Fun in a Chinese Laundry (1965). O título foi tirado de um filme de comédia. Ele morreu em 1969 de um ataque cardíaco, aos 75 anos, ele foi enterrado no Westwood Village Memorial Park Cemetery em Westwood, Califórnia perto de vários estúdios de cinema.
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