Sinopse:
Um casal de idosos, Shūkichi e Tomi Hirayama, deixa sua filha caçula no interior do Japão para visitar seus outros filhos em Tóquio, uma cidade que nunca conheceram. No entanto, os filhos, ocupados com suas vidas, os recebem com indiferença e pouco tempo para dedicar aos pais. Apenas Noriko, a nora viúva de um filho falecido na guerra, oferece atenção e carinho genuínos. Quando Tomi adoece, os filhos e Noriko a visitam, revelando complexos sentimentos familiares e reflexões sobre a vida e o tempo.
Prêmios:
- Venceu o Mainichi Film Award de 1954 na categoria de melhor atriz coadjuvante para Haruko Sugimura, por seu papel como Shige Kaneko
- Venceu o Sutherland Trophy de 1958 como o filme mais original e criativo, concedido pelo British Film Institute (BFI) em Londres
Curiosidades:
- O filme foi eleito o melhor de todos os tempos na pesquisa de diretores da Sight & Sound de 2012, superando obras como Cidadão Kane. Críticos como Roger Ebert o descreveram como "o maior filme de Ozu, capturando a essência da condição humana com uma simplicidade devastadora" (Roger Ebert).
- A técnica "tatami" de Ozu, com a câmera posicionada a 90 cm do chão e enquadramentos estáticos, criou uma estética única que inspirou cineastas como Wim Wenders, que disse: "Ozu me ensinou a ver o mundo através da paciência e da simplicidade".
- O crítico japonês Tadao Sato, contemporâneo de Ozu, destacou a capacidade do filme de retratar "o colapso das tradições familiares no Japão pós-guerra, com uma delicadeza que transcende fronteiras culturais", influenciando o cinema japonês a explorar temas de modernização
- O diretor Akira Kurosawa, colega de Ozu, elogiou o filme como "uma obra que atinge o coração sem esforço, mostrando a universalidade do cotidiano", influenciando sua própria abordagem em filmes como Viver (1952)
- A estreia internacional foi adiada até a década de 1960, considerada "muito japonesa" pelos distribuidores. Sua exibição em Londres (1957) e Nova York (1964) abriu portas para o cinema japonês no Ocidente, pavimentando o caminho para diretores como Kenji Mizoguchi e Akira Kurosawa.
- Ozu nunca se casou e viveu com sua mãe até sua morte, um fato que ecoa no filme e foi notado pelo crítico Donald Richie, que escreveu: "Ozu transformou sua própria solidão em uma meditação universal sobre família e perda".
- O filme inspirou uma refilmagem em 2013, Uma Família em Tóquio, de Yoji Yamada, que atualizou a história para o Japão contemporâneo, mantendo sua essência emocional e provando a atemporalidade da narrativa.
- A exibição no Cannes Classics em 2018 reforçou seu status como um marco do cinema, com críticos franceses como Jean-Luc Godard citando-o como "um exemplo de cinema puro, onde forma e conteúdo são inseparáveis".
- O filme faz parte da "Trilogia Noriko" (com Primavera Tardia e Verão Precoce), embora os personagens de Setsuko Hara sejam distintos. A trilogia influenciou narrativas sobre mulheres e família, sendo estudada em escolas de cinema até hoje.
- O crítico americano Stanley Kauffmann, em 1964, escreveu na The New Republic: "Ozu nos força a olhar para o cotidiano com novos olhos, transformando o trivial em sublime", um comentário que ajudou a consolidar a reputação do filme nos EUA.
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Elenco:
| Chishu Ryu |
Shukichi Hirayama |
| Chieko Higashiyama |
Tomi Hirayama |
| Setsuko Hara |
Noriko Hirayama |
| Haruko Sugimura |
Shige Kaneko |
| So Yamamura |
Koichi Hirayama |
| Kuniko Miyake |
Fumiko Hirayama |
| Kyoko Kagawa |
Kyoko Hirayama |
| Eijiro Tono |
Sanpei Numata |
| Nobuo Nakamura |
Kurazo Kaneko |
| Shiro Osaka |
Keizo Hirayama |
| Hisao Toake |
Osamu Hattori |
| Teruko Nagaoka |
Yone Hattori |
| Mutsuko Sakura |
Patrona do Restaurante Oden |
| Toyo Takahashi |
Vizinha de Shūkichi Hirayama |
| Toru Abe |
Funcionário da ferrovia |
| Sachiko Mitani |
Vizinha de Noriko |
| Zen Murase |
Minoru Hirayama, filho de Kōichi |
| Mitsuhiro Mori |
Isamu Hirayama, filho de Kōichi |
| Junko Anami |
Assistente do salão de beleza |
| Ryoko Mizuki |
Cliente do salão de beleza |
